A procuradoria ainda considera a probabilidade de rever o contrato de 2010, dada a gravidade do caso. O parecer técnico elaborado pela procuradora federal Daniela Silva Borges pode ser lido na íntegra neste link. Vale esclarecer que o parecer da procuradoria funciona como um relatório técnico com recomendações, mas o relatório deve ainda ser votado em Plenário pelo Cade. O relatório pode entrar em votação na data já da próxima sessão ordinária de julgamento, no dia 4 de dezembro. O procurador-chefe do Cade, Gilvandro Coelho de Araújo, que avaliou o parecer, sugere a aplicação da multa de R$ 15 milhões por conta da alteração na estrutura societária da Telecom Italia; da omissão das empresas ao não ter advertido o Cade previamente da transação e a ter "desconsiderado" o acordo original (o Conselho se diz "surpreso" ao saber das notícias pela imprensa); e da violação da essência do acordo. No texto original, era dito que "uma pequena alteração na participação da Telefónica na Telecom Italia (...) e outras mínimas alterações nas condições societárias e mercadológicas (...) poderiam comprometer o equilíbrio concorrencial nesse mercado, demandando, inclusive, uma maior intervenção do que aqui proposta". Araújo destaca ainda que essa multa não influencia nas outras penalidades. Em 24 de setembro, a Telefónica adquiriu 323,8 milhões de euros em ações preferenciais (sem direito a voto) da Telco, aumentando assim sua participação no capital total da empresa para 66%. A partir janeiro de 2014, essas ações preferenciais poderão ser convertidas em ações ordinárias (com direito a voto). Um segundo aumento de capital também estava previsto, mas depende de aprovações regulatórias e de órgãos de defesa da concorrência, inclusive do Brasil e da Argentina. Seriam mais 117,2 milhões de euros por mais ações preferenciais para que a Telefónica alcançasse 70% do capital total da Telco, ainda sem mudança na composição de controle (46,4% das ações ordinárias). Venda do aumento conseguido Talvez o ponto que mais tenha sido ofensivo ao Conselho, na avaliação do parecer, é que a movimentação sem aviso e iminente da Telefónica, mesmo ainda na primeira etapa do aumento de capital anunciado em setembro, foi uma "violação grave" e "representa um movimento contrário ao objetivo visado pelo TCD: aproxima o grupo Telefónica das atividades do grupo Telecom Italia, enquanto o comando é separar", além de aumentar a dependência econômica, ainda que indireta, e alterar as condições de concorrência de mercado. Assim, a Procuradoria sugere que se "entende necessária a imediata alienação das recentes ações preferenciais adquiridas pela Telefónica no capital social da Telco S.p.A., conjugada com a proibição expressa de que, doravante, seja adquirida qualquer quantidade de ações, de qualquer espécie, pela Telefónica, no capital do Telco ou de qualquer empresa do grupo Telecom Italia que atue direta ou indiretamente no Brasil". Além disso, a Procuradoria do Cade diz que, como se trata de uma falta grave, avalia inclusive "a possibilidade de revisão da aprovação do próprio ato de concentração no qual se deu a celebração do TCD, sem prejuízo da imposição das medidas". Ou seja: a entidade poderia rever a decisão tomada em 2010, o que poderia obrigar a Telefónica a vender sua participação inteira na Telco. Caso a Telefónica opte por não cumprir uma eventual decisão do Cade nesse sentido e não se desfazer de seu investimento na Telco, caberá à Telecom Italia, então, vender a TIM Brasil. O parecer da procuradoria diz que a recente operação do grupo espanhol teria descumprido o pacto firmado anteriormente, que já era considerado uma "situação-limite" com as regras "mais rígidas" do histórico de TCDs firmados pelo Conselho, fazendo exatamente o contrário do que o acordo previa e representando "uma das mais graves ofensas que se poderia imaginar ao presente TCD" por contradizer o objetivo inicial. "A operação ora analisada se revela ainda mais grave quando se tem em mente o seu objetivo final, expressamente desenhado nos instrumentos societários da Telco: a aquisição, pela Telefónica, a seu exclusivo critério (a depender apenas das autorizações governamentais competentes, como não poderia deixar de ser), num curtíssimo espaço de tempo (a partir de janeiro de 2014), de todas as ações da referida holding, que detém 22,4% das ações da concorrente Telecom Italia." Outras pendengas A Procuradoria avaliou ainda outros méritos alheios à questão principal do aumento de capital da Telefónica na Telco. Segundo o parecer, em uma reunião da Telecom Italia, apesar dos temas relativos ao Brasil (e à Argentina) terem sido separados em pauta diversa, esses assuntos foram discutidos em "pauta geral", portanto, na presença de um conselheiro indicado pela Telefónica. Segundo o documento, há menção ao Brasil por duas vezes na ata correspondente, representando mais uma ofensa às cláusulas do TCD. A Procuradoria do Cade então recomenda que a Telefónica e a TIM Brasil sejam intimadas a apresentar justificativas. O mesmo problema aconteceu também em uma reunião da subsidiária Telco, que não separou o tema da atuação da Telecom Italia no mercado brasileiro. Da mesma forma, a entidade intima as acionistas da holding (Generali, Intesa Sanpaolo e Mediobanca, além da Telefónica) a apresentarem justificativas. Atento A Procuradoria do Cade ainda estudou um acordo da TIM com uma entidade tratada no documento da procuradoria como confidencial. Na verdade, trata-se da Atento, empresa de contact center que pertencia ao grupo Telefónica no Brasil até ser vendida em outubro de 2012. Na visão da procuradora Daniela Borges, a TIM feriu as regras que impossibilitam a transferência de informações estratégicas entre o grupo espanhol e a Telecom Italia. O órgão concluiu que, mesmo que a TIM tenha sofrido o ônus de ter tido informações vazadas por meio do contrato, seria penalizada pela omissão ao desconsiderar as possibilidades no acordo. O parecer chega a afirmar que, em nenhum momento, as empresas procuraram o Cade para verificar se poderia haver interpretação anticompetitiva. A multa sugerida pelo superintendente Gilvandro de Araújo é de R$ 1 milhão. |
Bloomberg
Telecom Italia SpA (TIT), the phone company
that was stripped of its investment-grade rating, is seeking at
least 9 billion euros ($12 billion) for its controlling stake in
Brazilian wireless carrier Tim Participacoes SA (TIMP3), according to a
person with direct knowledge of the matter.
A disposal of Telecom Italia’s 67 percent holding at that
price would value Tim at about $18 billion, a 50 percent premium
to the Rio de Janeiro-based company’s market value based on
yesterday’s closing price. The stake could fetch as much as 10
billion euros, said the person, asking not to be identified
because the deliberations are confidential.
Tim rose as much as 10 percent in Sao Paulo today, and Telecom Italia added 6.2 percent in Milan. Moody’s Investors Service cut Telecom Italia’s rating to junk yesterday, saying a further downgrade is possible unless the Milan-based carrier strengthens its balance sheet. Last week’s resignation of Chief Executive Officer Franco Bernabe, who opposed a sale of Latin American assets to pare $39 billion in net debt, removed an obstacle to a change of ownership in Brazil’s second-largest wireless carrier. Telefonica SA (TEF), Telecom Italia’s biggest shareholder, is in favor of a disposal, people familiar with the matter have said.
Telecom Italia’s board is scheduled to gather Nov. 7, when new CEO Marco Patuano is expected to propose a turnaround plan that will probably address the future of the Latin American business. Telecom Italia also sells phone services in Argentina, while Italy accounted for 60 percent of the company’s 2012 revenue.
The company hasn’t given a mandate to banks as an internal evaluation of Tim’s future is at an early stage, said three people familiar with the matter, who asked not to be named discussing private deliberations.
A Telecom Italia spokesman declined to comment.
Tim has gained 33 percent this year through yesterday, the third-best performer in the benchmark Ibovespa index. The stock was up 6.4 percent to 11.60 reais at 2:09 p.m. local time. Telecom Italia jumped as much as 7.9 percent and closed at 66 euro cents in Milan.
In a sale, Tim’s enterprise value could be in a range of 14 billion euros to 15 billion euros, the person with direct knowledge of the matter said.
An alternative to a sale of Tim to one buyer is to break up the unit and divide its customers among other carriers, although that option would be more difficult to execute, said the person.
Brazilian law doesn’t allow one company to control more than 50 percent of the market or more than one operating license from the Anatel regulator, according to Communications Minister Paulo Bernardo. Telefonica and three other mobile-phone companies -- Oi SA, America Movil SAB and NII Holdings Inc. (NIHD) -- aren’t eligible to own Tim and their own Brazilian businesses at the same time, he said last month.
Mergers and acquisitions in Brazil’s phone industry is heating up. This month, Oi, the country’s biggest carrier, agreed to merge with Portugal Telecom SGPS SA to create a trans-Atlantic company with 100 million customers and gain more clout against Telefonica and America Movil.
Vodafone Group Plc (VOD) isn’t interested in bidding for Tim, another person with knowledge of the matter said this month.
Telefonica, Spain’s biggest phone company, agreed last month to gradually buy out financial investors in the vehicle that owns 22.4 percent of Telecom Italia. In the event of a breakup of Tim, Telefonica will need to convince Anatel that having three wireless carriers rather than four benefits consumers as reduced price competition would allow the companies to invest in their infrastructure and service quality.
The U.S. government blocked AT&T Inc. (T) in 2011 from acquiring Deutsche Telekom AG (DTE)’s T-Mobile USA unit to preserve a four-carrier market. European regulators are set to review Telefonica’s takeover of a Royal KPN NV’s German business, a bellwether case on the continent since it would reduce the market to three operators.
To contact the reporters on this story: Daniele Lepido in Milan at dlepido1@bloomberg.net; Manuel Baigorri in Madrid at mbaigorri@bloomberg.net
Tim rose as much as 10 percent in Sao Paulo today, and Telecom Italia added 6.2 percent in Milan. Moody’s Investors Service cut Telecom Italia’s rating to junk yesterday, saying a further downgrade is possible unless the Milan-based carrier strengthens its balance sheet. Last week’s resignation of Chief Executive Officer Franco Bernabe, who opposed a sale of Latin American assets to pare $39 billion in net debt, removed an obstacle to a change of ownership in Brazil’s second-largest wireless carrier. Telefonica SA (TEF), Telecom Italia’s biggest shareholder, is in favor of a disposal, people familiar with the matter have said.
‘Strategic Asset’
“Tim is a strategic asset for the company because it’s the only one that compensates for a declining domestic market,” Carlos Winzer, an analyst at Moody’s, said in a phone interview today. “Whichever new strategy that Mr. Patuano and his team comes up with won’t be easy to execute.”Telecom Italia’s board is scheduled to gather Nov. 7, when new CEO Marco Patuano is expected to propose a turnaround plan that will probably address the future of the Latin American business. Telecom Italia also sells phone services in Argentina, while Italy accounted for 60 percent of the company’s 2012 revenue.
The company hasn’t given a mandate to banks as an internal evaluation of Tim’s future is at an early stage, said three people familiar with the matter, who asked not to be named discussing private deliberations.
A Telecom Italia spokesman declined to comment.
Tim has gained 33 percent this year through yesterday, the third-best performer in the benchmark Ibovespa index. The stock was up 6.4 percent to 11.60 reais at 2:09 p.m. local time. Telecom Italia jumped as much as 7.9 percent and closed at 66 euro cents in Milan.
Enterprise Value
The Brazilian carrier, with more than 72 million customers at the end of June, has a so-called enterprise value -- which includes debt -- of 28.8 billion reais ($13.1 billion), according to data compiled by Bloomberg.In a sale, Tim’s enterprise value could be in a range of 14 billion euros to 15 billion euros, the person with direct knowledge of the matter said.
An alternative to a sale of Tim to one buyer is to break up the unit and divide its customers among other carriers, although that option would be more difficult to execute, said the person.
Brazilian law doesn’t allow one company to control more than 50 percent of the market or more than one operating license from the Anatel regulator, according to Communications Minister Paulo Bernardo. Telefonica and three other mobile-phone companies -- Oi SA, America Movil SAB and NII Holdings Inc. (NIHD) -- aren’t eligible to own Tim and their own Brazilian businesses at the same time, he said last month.
Four Preferred
Today, speaking to reporters in Brasilia, Bernardo said more competition is preferable when asked whether the market would be allowed to go from four telecommunications companies to three.Mergers and acquisitions in Brazil’s phone industry is heating up. This month, Oi, the country’s biggest carrier, agreed to merge with Portugal Telecom SGPS SA to create a trans-Atlantic company with 100 million customers and gain more clout against Telefonica and America Movil.
Vodafone Group Plc (VOD) isn’t interested in bidding for Tim, another person with knowledge of the matter said this month.
Telefonica, Spain’s biggest phone company, agreed last month to gradually buy out financial investors in the vehicle that owns 22.4 percent of Telecom Italia. In the event of a breakup of Tim, Telefonica will need to convince Anatel that having three wireless carriers rather than four benefits consumers as reduced price competition would allow the companies to invest in their infrastructure and service quality.
The U.S. government blocked AT&T Inc. (T) in 2011 from acquiring Deutsche Telekom AG (DTE)’s T-Mobile USA unit to preserve a four-carrier market. European regulators are set to review Telefonica’s takeover of a Royal KPN NV’s German business, a bellwether case on the continent since it would reduce the market to three operators.
To contact the reporters on this story: Daniele Lepido in Milan at dlepido1@bloomberg.net; Manuel Baigorri in Madrid at mbaigorri@bloomberg.net