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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Procuradoria do Cade sugere multa de R$ 15 mi à Telefónica e devolução de ações da Telco


quarta-feira, 27 de novembro de 2013, 21h45




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A Procuradoria Federal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu um parecer técnico que declara que o aumento de capital da Telefónica na Telco, controladora com 22,4% da Telecom Italia, ofendeu os Termos de Compromisso de Desempenho (TCD, o contrato original) de 28 de abril de 2010, aprovado pela própria entidade na época e que permitiu a participação indireta da espanhola no grupo italiano. O parecer do último sábado, 25, já aprovado pela superintendência do Cade, estabelece uma série de penalidades, como a multa de R$ 15 milhões para a Telefónica e a venda imediata das ações correspondentes ao aumento de capital da primeira etapa da transação, anunciada em setembro último.
A procuradoria ainda considera a probabilidade de rever o contrato de 2010, dada a gravidade do caso. O parecer técnico elaborado pela procuradora federal Daniela Silva Borges pode ser lido na íntegra neste link.
Vale esclarecer que o parecer da procuradoria funciona como um relatório técnico com recomendações, mas o relatório deve ainda ser votado em Plenário pelo Cade. O relatório pode entrar em votação na data já da próxima sessão ordinária de julgamento, no dia 4 de dezembro.
O procurador-chefe do Cade, Gilvandro Coelho de Araújo, que avaliou o parecer, sugere a aplicação da multa de R$ 15 milhões por conta da alteração na estrutura societária da Telecom Italia; da omissão das empresas ao não ter advertido o Cade previamente da transação e a ter "desconsiderado" o acordo original (o Conselho se diz "surpreso" ao saber das notícias pela imprensa); e da violação da essência do acordo. No texto original, era dito que "uma pequena alteração na participação da Telefónica na Telecom Italia (...) e outras mínimas alterações nas condições societárias e mercadológicas (...) poderiam comprometer o equilíbrio concorrencial nesse mercado, demandando, inclusive, uma maior intervenção do que aqui proposta". Araújo destaca ainda que essa multa não influencia nas outras penalidades.
Em 24 de setembro, a Telefónica adquiriu 323,8 milhões de euros em ações preferenciais (sem direito a voto) da Telco, aumentando assim sua participação no capital total da empresa para 66%. A partir janeiro de 2014, essas ações preferenciais poderão ser convertidas em ações ordinárias (com direito a voto). Um segundo aumento de capital também estava previsto, mas depende de aprovações regulatórias e de órgãos de defesa da concorrência, inclusive do Brasil e da Argentina. Seriam mais 117,2 milhões de euros por mais ações preferenciais para que a Telefónica alcançasse 70% do capital total da Telco, ainda sem mudança na composição de controle (46,4% das ações ordinárias).
Venda do aumento conseguido
Talvez o ponto que mais tenha sido ofensivo ao Conselho, na avaliação do parecer, é que a movimentação sem aviso e iminente da Telefónica, mesmo ainda na primeira etapa do aumento de capital anunciado em setembro, foi uma "violação grave" e "representa um movimento contrário ao objetivo visado pelo TCD: aproxima o grupo Telefónica das atividades do grupo Telecom Italia, enquanto o comando é separar", além de aumentar a dependência econômica, ainda que indireta, e alterar as condições de concorrência de mercado. Assim, a Procuradoria sugere que se "entende necessária a imediata alienação das recentes ações preferenciais adquiridas pela Telefónica no capital social da Telco S.p.A., conjugada com a proibição expressa de que, doravante, seja adquirida qualquer quantidade de ações, de qualquer espécie, pela Telefónica, no capital do Telco ou de qualquer empresa do grupo Telecom Italia que atue direta ou indiretamente no Brasil".
Além disso, a Procuradoria do Cade diz que, como se trata de uma falta grave, avalia inclusive "a possibilidade de revisão da aprovação do próprio ato de concentração no qual se deu a celebração do TCD, sem prejuízo da imposição das medidas". Ou seja: a entidade poderia rever a decisão tomada em 2010, o que poderia obrigar a Telefónica a vender sua participação inteira na Telco. Caso a Telefónica opte por não cumprir uma eventual decisão do Cade nesse sentido e não se desfazer de seu investimento na Telco, caberá à Telecom Italia, então, vender a TIM Brasil.
O parecer da procuradoria diz que a recente operação do grupo espanhol teria descumprido o pacto firmado anteriormente, que já era considerado uma "situação-limite" com as regras "mais rígidas" do histórico de TCDs firmados pelo Conselho, fazendo exatamente o contrário do que o acordo previa e representando "uma das mais graves ofensas que se poderia imaginar ao presente TCD" por contradizer o objetivo inicial. "A operação ora analisada se revela ainda mais grave quando se tem em mente o seu objetivo final, expressamente desenhado nos instrumentos societários da Telco: a aquisição, pela Telefónica, a seu exclusivo critério (a depender apenas das autorizações governamentais competentes, como não poderia deixar de ser), num curtíssimo espaço de tempo (a partir de janeiro de 2014), de todas as ações da referida holding, que detém 22,4% das ações da concorrente Telecom Italia."
Outras pendengas
A Procuradoria avaliou ainda outros méritos alheios à questão principal do aumento de capital da Telefónica na Telco. Segundo o parecer, em uma reunião da Telecom Italia, apesar dos temas relativos ao Brasil (e à Argentina) terem sido separados em pauta diversa, esses assuntos foram discutidos em "pauta geral", portanto, na presença de um conselheiro indicado pela Telefónica. Segundo o documento, há menção ao Brasil por duas vezes na ata correspondente, representando mais uma ofensa às cláusulas do TCD. A Procuradoria do Cade então recomenda que a Telefónica e a TIM Brasil sejam intimadas a apresentar justificativas.
O mesmo problema aconteceu também em uma reunião da subsidiária Telco, que não separou o tema da atuação da Telecom Italia no mercado brasileiro. Da mesma forma, a entidade intima as acionistas da holding (Generali, Intesa Sanpaolo e Mediobanca, além da Telefónica) a apresentarem justificativas.
Atento
A Procuradoria do Cade ainda estudou um acordo da TIM com uma entidade tratada no documento da procuradoria como confidencial. Na verdade, trata-se da Atento, empresa de contact center que pertencia ao grupo Telefónica no Brasil até ser vendida em outubro de 2012. Na visão da procuradora Daniela Borges, a TIM feriu as regras que impossibilitam a transferência de informações estratégicas entre o grupo espanhol e a Telecom Italia. O órgão concluiu que, mesmo que a TIM tenha sofrido o ônus de ter tido informações vazadas por meio do contrato, seria penalizada pela omissão ao desconsiderar as possibilidades no acordo. O parecer chega a afirmar que, em nenhum momento, as empresas procuraram o Cade para verificar se poderia haver interpretação anticompetitiva. A multa sugerida pelo superintendente Gilvandro de Araújo é de R$ 1 milhão.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Exclusive: Telefonica likely to back Telecom Italia cash call, eyes TIM sale


A man walks past Telefonica's building in central Madrid March 26, 2013. REUTERS/Juan Medina
MADRID/LONDON/MILAN | Wed Nov 6, 2013 10:06am EST
(Reuters) - Spain's Telefonica is set to agree on an overhaul of Telecom Italia finances, including a likely cash injection of up to 2 billion euros, as it tightens its grip on the group and eyes a sale of its Brazilian unit TIM in 2014, multiple sources familiar with the strategy said.
Telecom Italia's board, controlled by Telco, an investment vehicle that Telefonica has agreed to progressively take over, is due to meet on Thursday to review cost-cutting, debt-reduction and growth strategies.
Apart from a possible capital increase of up to 2 billion euros ($2.7 billion), other options under consideration include sales of assets such as the group's mobile towers in Italy or its Argentinian unit, and a dividend cut, the sources said. No decision has yet been made on any of these.
Telefonica declined to comment, and Telecom Italia did not respond to a request for comment.
If the Spanish telecom operator, which bought into Telecom Italia six years ago when the local government sought a white knight to put off other foreign buyers, succeeds in getting approval to sell TIM Brasil, it will be a sign that it has gained the upper hand in the loss-making investment that has been a major headache in recent years.
A decision on the sale of TIM, which is the second-biggest mobile carrier in Brazil behind Telefonica's own Vivo, will not be made on Thursday, said the people familiar with the situation.
But in order to advance toward that end, the sources said Telefonica has no alternative to putting more money into Telecom Italia in order to buy time and prepare the TIM sale, although such a move is risky because the Spanish company is racing to reduce its own debt load.
TIM may have to be broken up between the existing mobile operators in Brazil instead of an outright sale to one of them because of the government's desire to prevent price rises. Brazil's government would have to sign off on the deal.
"A 1.5 billion euros to 2 billion euros cash boost through a convertible bond or a rights issue is on the cards. Selling Argentina is also a possibility," one person who discussed the matter with the Spanish group said on condition of anonymity, echoing the views of eight other people familiar with the matter.
"The end-game is to split TIM and sell it in chunks but that won't happen until at least the second half of next year. So they need to buy time," the person added.
The sources said Brazilian antitrust authorities were slowly being won over to the idea that TIM could be split between two or three operators, but a green light could still be several months away.
Telefonica will also want to have completed its purchase of German competitor E-Plus and the sale of its Irish and Czech units before moving forward with another major deal.
Other Brazilian players America Movil and OI, both potential buyers of TIM assets along with Telefonica's local unit, will also need six to nine months to put their houses in order and make such an investment, the sources said.
This leaves Telefonica in need of short-term solutions for the Italian group, which is battling to cut almost 29 billion euros of net debt.
BUY TIME
Telefonica will have to tread a fine line between investing more into Telecom Italia to maintain its grip over it long enough to sell TIM while at the same time not consuming excessive financial firepower and staying clear from fully controlling the group, which would negatively impact its debt.
Insiders in Madrid, Milan and London say that Italian authorities are concerned Telefonica might exit Telecom Italia once the sale of the Brazilian crown jewel is completed.
In order to keep the Italian government on side, the Spanish group is being asked to show its commitment by taking up its part of a capital hike and supporting higher investment in fixed networks.
"Telecom Italia doesn't want to sell (TIM) although the goal of Telefonica is to force the sale. That might not come before 2015 as general elections in Brazil in October 2014 may make it politically difficult," Nomura analysts Frederic Boulan and James Britton told Reuters.
"At the same time, Telefonica needs to implement changes to convince co-investors in Telco to tag along as their exit window re-opens in June 2014... The challenge for Telefonica is to control or at least influence decisions at Telecom Italia but without consolidating it."
PRESSURE ON
Telefonica Chairman Cesar Alierta last month offered assurances to Italian Prime Minister Enrico Letta over investments and employment but he gave no indication he was ready to inject more money into the company.
He may eventually have no other choice as the risk is high of a downgrade, which Telecom Italia cannot afford as a peak in debt maturities looms in 2014.
Standard and Poor's and Fitch credit rating agencies both rate Telecom Italia just one notch above junk status and have placed it under negative watch.
Moody's last month went one step further and stripped the group of its investment grade, with a negative outlook attached.
"In order for a capital increase to be material enough to reverse our decision it should be 4 billion euros to 5 billion euros... A 1 billion euros to 2 billion euros capital increase will not be sufficient to take positive action. The rating, even at the new level, is weakly positioned," Moody's analyst Carlos Winzer told Reuters.
"Remaining possibilities including the disposal of non-core assets and the implementation of a clear, more concise, focused operating strategy, will take time to implement... We have little confidence in the company achieving underlining performance targets." ($1 = 0.7421 euros)

(Editing by Fiona Ortiz and Peter Graff)