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terça-feira, 9 de abril de 2013

Governo precisa incentivar o FTTH, afirma Huawei

Teletime
terça-feira, 9 de abril de 2013, 17h16

Tela Viva Movél 2013

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Apesar do crescimento mais modesto, a banda larga fixa foi um dos destaques do Balanço Huawei da Banda Larga, apresentado nesta terça, 9, em São Paulo. Para a companhia, a solução que deve ser adotada é uma só: fiber-to-the-home (FTTH), se possível com ajuda do governo para a implantação da fibra em residências. Isso porque, apesar da demanda atual ainda ser compatível com outras tecnologias como DOCSIS 3.0 e FTTC (fiber-to-the-curb), os acessos simultâneos acabarão por deixar mais evidente a necessidade por maior largura de banda, acima dos 100 Mbps.
O problema é que, para isso, os investimentos precisam ser mais avançados. Segundo o presidente da Teleco, Eduardo Tude, a Europa está com um programa agressivo para recuperar o tempo perdido com a instalação de infraestrutura ótica na região, que é considerada deficiente. Em comparação, citando um estudo do FTTH Council, seria necessário um investimento de 192 bilhões de euros para instalar fibra em todos os domicílios europeus, considerando que a região conta tipicamente com construções antigas, que dificultam o acesso. Com base nessa estimativa, Tude afirma que o valor para o Brasil seria de R$ 100 bilhões.
Além disso, outro desafio para a implementação do FTTH é o take-up rate, isto é, a quantidade de domicílios assinantes efetivos em relação à quantidade de homes-passed. Segundo o balanço da Huawei, essa taxa é mais alta nos Estados Unidos, com 42,3%; seguidos da Rússia, com 38,3%; e Europa, com 17,9%. No Brasil, o take-up rate é ainda menor. Considerando números da Telefônica/Vivo apenas, a proporção é de 10,77% (são 1,04 milhão de homes-passed e 112 mil acessos FTTH), o que representaria a taxa nacional – Tude considera os números da Oi e de provedores menores insipientes para o cálculo. "A Vivo está crescendo pouco (foram apenas cem mil novos acessos fixos de banda larga em 2012) porque está priorizando o FTTH", diz ele. Para termos de comparação, no ano passado a operação do grupo Embratel/Net cresceu 1,01 milhão de acessos de banda larga fixa (incluindo outras tecnologias, como xDSL); a Oi, 760 mil; e a GVT, 490 mil, segundo dados do Balanço Huawei.
Ajuda do governo
Assim, a Huawei dá bastante importância ao acesso mais facilitado à fibra no Brasil. O CTO e diretor latino-americano da empresa, José Augusto de Oliveira Neto, explica que políticas públicas poderiam ajudar. "É necessário que o governo passe a reconhecer que a fibra é a base da revolução tecnológica", afirma. Ele sugere leis que possam exigir espaço para infraestrutura de telecomunicações em construções. "Isso é feito atualmente, mas não é exigido. Se for feito com fibra, já facilitaria muito". Oliveira Neto lembra que nos EUA, mesmo com o maior take-up rate do mundo, há um programa para estimular a implementação da infraestrutura ótica.
O CTO afirma que a oferta de FTTH atual no Brasil existe justamente por conta da concorrência das companhias menores. "As incumbents estão sendo atacadas, por isso oferecem fibra. Mas isso já prejudica o take-up rate", explica.
Entretanto, as oportunidades no mercado existem em médio e longo prazo com o aumento da demanda de velocidade, além de uma demanda por IPTV. Isso fica evidenciado com o caso da operadora norte-americana Verizon, que observou a oferta de TV por fibra ter crescimento equivalente ao aumento da banda larga fixa com cabos óticos, chegando a 5,4 milhões de assinantes da FiOS Internet e 4,7 milhões da FiOS TV.
O grupo Net/Embratel vem crescendo, assumindo a primeira posição no mercado de banda larga fixa no País após ter o maior número de adições líquidas em 2012. Já a GVT empurra os provedores a oferecer cada vez mais velocidade: na base de assinantes da companhia, 80% possuem conexões acima de 10 Mbps, e a empresa já aumentou a velocidade mínima ofertada para 15 Mbps. Mas essas empresas ainda precisam de maior capilaridade.

sábado, 6 de abril de 2013

Reestruturada, Anatel deve focar defesa da competição

:: Luís Osvaldo Grossmann e Luiz Queiroz
:: Convergência Digital :: 05/04/2013
Ao buscar acompanhar as mudanças no mercado de telecomunicações, a reestruturação da Anatel deixará a agência mais próxima de temas de defesa da concorrência – tema que é reforçado no novo desenho interno do regulador e que começa a ser implantado na prática neste mês.
O raciocínio é do superintendente de Serviços Privados da Anatel, Bruno Ramos, levando em consideração uma alteração fruto da convergência tecnológica – serviços e tecnologias não estão mais obrigatoriamente casados, o que dá sentido à própria modificação administrativa da agência.
“Por que a Anatel tem 40 serviços? Porque surgia uma tecnologia, criava um serviço. Era um serviço por equipamento. Uma clara mistura entre serviço e tecnologia. Isso não existe mais. A tecnologia evolui”, destaca Ramos, que está se afastando da Anatel para assumir o escritório da União Internacional das Telecomunicações para as Américas.
Ele acredita que a regulação por temas será mais eficiente. “Hoje são três áreas: serviços privados, públicos e comunicação de massa, cada uma com suas regulamentações. Talvez, com a convergência de serviços, eu precise ter uma só, e é isso que está acontecendo. Defesa da concorrência tem em cada área. Então se junta, porque as pessoas pensando em comum podem agir de forma mais objetiva, mais eficaz”, cita.
O exemplo se adequa ao raciocínio de que a mencionada convergência pode fazer com que os diferentes serviços de telecomunicações sejam prestados sobre a mesma plataforma tecnológica – mesmo os serviços de voz vêm migrando para o mundo IP. Ao não misturar serviços com tecnologia, a própria atuação da Anatel deverá centrar-se mais sobre os primeiros.
“Serviços é mais defesa da concorrência. Ou seja, alinhada essa nova estrutura com esse novo cenário. Lembre-se que estamos criando uma superintendência de defesa da concorrência. Algo que hoje está em nível de gerência. Portanto, a Anatel está subindo o nível desse tratamento”, avalia Ramos.
Consolidação
O superintendente sustenta, no entanto, que o modelo que vigorou até aqui foi eficaz. “Em 2000, quando a Anatel tomou a decisão de vender as bandas C, D e E, e já tinha A e B, diziam que nunca teríamos cinco competidores. Não teve a banda C, mas teve D e E e depois o quinto competidor, que também diziam que não íamos conseguir vender”, lembra, mencionando os leilões de frequência para a telefonia celular.
Essa leitura implica na defesa de que o país teve sucesso em fomentar a competição – movimento mais evidente na telefonia móvel, mas amplamente questionável no acesso à Internet, onde existe grande concentração de ofertas nos grupos das concessionárias fixas em suas respectivas áreas geográficas; para não mencionar a telefonia fixa.
Ramos acredita, porém, que nenhum país conseguiu um panorama semelhante. “Acho que estamos na consolidação de grupos. Existe um movimento prático de estabilização de quatro ou cinco grupos de atuação nacional. É um modelo vencedor”, insiste.
“É lógico que existem problemas. Tem um crescimento enorme, uma popularização. Ao mesmo tempo precisa de muita infraestrutura. O Brasil precisa de muito investimento nos próximos anos. A grande busca é achar investimento para a área rural. Nos grandes centros, acima de 100 mil [habitantes], tem incentivo, tem demanda. Mas não nas cidades abaixo”, reconhece. Assista a íntegra da entrevista concedida por Bruno Ramos, à CDTV, do portal Convergência Digital.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

TIM Fiber já planeja vender serviços OTT, mas não em formato combo


TIM Fiber já planeja vender serviços OTT, mas não em formato combo

Rogerio TIM_FiberA TIM Fiber avança em sua oferta de internet banda larga, se aproveitando da rede de fibra óptica instalada nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro
– diferentemente das concorrentes em FTTH, a operadora não precisa construir a rede toda. Por outro lado, a TIM teria desvantagem pela na ausência da oferta combinada de internet com TV, algo que tem elevado a penetração da banda larga fixa da NET, por exemplo, e segurado o número de acessos de telefonia fixa das concessionárias. Mas, na visão de Rogerio Takanayagi, presidente da TIM Fiber, essa desvantagem é bem relativa e terá cada vez menor impacto no negócio. A companhia acredita que o entretenimento online - seja ele gratuito ou pago, como no caso de serviços Over The Top como Netflix e AppleTV – tende a crescer. A própria empresa já tem em seu planejamento a oferta destes serviços – e Takyashi citou também a Sky – mas não de forma casada, reafirma o executivo. Além disso, a regulação do setor no Brasil, que tem exigido maior transparência na oferta de combos e maior padronização, tende a favorecer a oferta de banda larga da TIM. A perspectiva da companhia é chegar ao final do ano com 70 mil assinantes, um salto em relação aos 10 mil usuários do serviço em 2012.


TeleSíntese: A TIM não acredita na convergência fixo/móvel e tampouco nos pacotes combos, conforme declarações anteriores do senhor à imprensa, mas não há certa dificuldade em vender a banda larga sem uma oferta de TV?

Rogério Takanayagi: Hoje, a venda por meio de pacote é uma facilidade especialmente em termos de comunicação como cliente, por meio do discurso compre tudo e pague de uma vez. Mas se o cliente quiser desmembrar o pacote, tirar a banda larga da concorrência e colocar nosso serviço de fibra, o preço permanece o mesmo. Não é uma questão de conveniência econômica.
Além disso, o que temos visto, é um número muito grande de reclamações de fatura e conta nos serviços de telecomunicações. Há duas vezes mais reclamações por fatura do que por qualidade de rede. Como resultado, temos visto um movimento de dar maior transparência aos clientes quebrando os bundlings. Se você quebra os budlings, tem a opção de montar a banda larga da TIM com a TV da Sky, ou outra.


TeleSíntese: O senhor está dizendo que a tendência é a TIM ser favorecida com a padronização na oferta de combos e maior transparência?

Takanayagi: Este processo nos beneficia. Mas, além disso, o preço do pacote combo só é acessível para uma parte da pirâmide social, para toda uma outra camada da população, os pacotes inviabilizam o acesso à internet fixa de qualidade. Se você tentar comprar só a internet de 10 Megabits, as operadoras ou não vendem separado, ou vendem muito caro. Nesse sentido, vemos o combo como uma barreira ao acesso e isso, para nós, é uma oportunidade.


TeleSíntese: Mas há um desafio de ganhar os clientes da alta renda, não?

Takanayagi: Claro que no caso do consumidor de alta renda, que não faz continha na ponta do lápis, demora mais para virar. Isso é verdade no móvel também, o cliente de alto valor é mais desconfiado e tem mais o que fazer do que fazer contas.


TeleSíntese: O senhor acredita que a tendência observada nos Estados Unidos das pessoas buscarem o entretenimento online e não mais na TV paga poderia ajudá-los a entrar nesta classe mais alta?

Takanayagi: Há também este movimento das pessoas perceberem que todo o entretenimento que elas precisam está na internet – e neste sentido o mercado americano está mais avançado. Estamos falando de ofertas como Apple TV e Netflix, opções muito interessantes.


TeleSíntese: Mas então o caminho da TIM é vender Over The Top?

Takanayagi:Neste momento - como não acreditamos em combo, ou a TIM como empresa presa muito pela transparência - podemos até vender um Over The Top, uma Sky, mas não vou forçar o cliente a comprar um ou outro. Se o cliente quiser comprar só a banda larga, teremos esta opção disponível.


TeleSíntese: Então a TIM Fiber poderá vender diretamente esses serviços OTT ou Sky em breve?

Takanayagi:No percurso que desenvolvemos podemos ser um enabler de serviços de TV e OTT. A AppleTV e o Netflix fariam o billing através da gente, mas a gente entrega separado.


TeleSíntese: Atualmente, como está a instalação e oferta da banda larga em fibra óptica?

Takanayagi:Em São Paulo, já temos 700 mil casas disponíveis para venda e, no Rio de Janeiro, mais 120 mil. Fechamos o ano passado com 10 mil clientes e este ano esperamos algo em torno de 70 mil clientes.


TeleSíntese: Para vocês, há alguma dificuldade na instalação da infraestrutura?

Takanayagi:No Rio de Janeiro, houve solicitação da prefeitura de reduzir a intensidade da atividade de construção. Temos uma vantagem em relação ao novo operador porque nossa rede já está construída, mas diminuímos os ajustes por conta da solicitação da prefeitura.


TeleSíntese: Além de São Paulo e Rio de Janeiro, vocês já têm alguma cidade em vista?

Takanayagi:Vamos ficar nas duas cidades, por hora, o que já é um belo desafio. As duas cidades juntas já somam o PIB da Argentina. Queremos garantir qualidade, consistência nos processos e no atendimento. Hoje temos a vantagem de ter custo por cliente conectado entre um terço e um quinto do quaisquer demais player do mercado. Se pensarmos em qualidade, fechamos os dois grandes drivers de crescimento: performance e custo. Com isto muito bem ajustado, faz sentido migrar para outros bairros, mas até o momento queremos garantir o que temos. Estamos investindo muito em processos consistentes e depois pensaremos em expandir.


TeleSíntese: Falando em expansão, a TIM Fiber nasceu da compra da infraestrutura de fibra óptica da AESEletropaulo. O senhor acredita que a interiorização do serviço deve se dar por meio da aquisição de redes?

Takanayagi:Quando compramos a AESEletropaulo, houve inflação no valor percebido da infraestrutura de fibra óptica peloo mercado. Mas, quem pensa em vender para nós não entende é que nós não compramos uma rede de fibra, mas sim o time to market. São Paulo e Rio de Janeiro são cidades complicadas, com muito transito que não pode ser impactado negativamente. Para construir uma rede como a da Eletropaulo aqui [em SP] precisaríamos de de dez anos. Compramos este tempo.


TeleSíntese:Isso significa que fora de grandes centros pode não fazer tanto sentido comprar redes de fibra óptica prontas?

Takanayagi:Em cidades do interior é mais simples construir, não faz sentido comprar ativos no mesmo valor que se comprou a AES. Poderia ter sentido comprar redes, nós gostamos de ativos de infraestrutura, mas o problema é que quando compramos a AES, todo o mercado ficou com a expectativa de que este fosse o valor e para nós não faz sentido este custo.


TeleSíntese:A expansão da TIM Fiber acompanha o investimento do serviço móvel?

Takanayagi:Toda rede de fibra que compramos é para apoiar o serviço móvel. O objetivo é melhorar a qualidade do serviço móvel e a TIM Fiber vai a reboque. Isso nos faz ter um preço tão baixo por assinante, porque vamos a reboque do móvel. Para nós não faria sentido entrar numa cidade com a TIM Fiber e depois apenas com o móvel. Se isso é verdade, já estamos com projeto para atender 14 cidades com fibra para o móvel, e depois ter migração para a TIM Fiber. O número de cidades com fibra pode chegar a 42 nos próximos dois anos.


TeleSíntese:A TIM então está construindo rede e aquisições são projetos secundários?

Takanayagi:Estamos construindo redes. Se, no meio do caminho, aparecer uma infraestrutura interessante que para nós seja um atalho, nos permita comprar tempo, vamos avaliar. Talvez a questão mais interessante neste ponto é que a TIM tem dívida zero no Brasil e isso nos dá uma flexibilidade muito grande para que, se aparecer um ativo interessante, nós comprarmos, mas precisa ser um preço justo.