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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Compra da GVT deve ter análise restrita à competição



:: Luís Osvaldo Grossmann 
:: Convergência Digital :: 28/08/2014
A compra da GVT pela Telefônica promete ser tranquila, ao menos do ponto de vista regulatório. Como lembrou o presidente da Anatel, João Rezende, nesta quinta, 28/8, o aspecto mais relevante a ser avaliado pelo regulador de telecomunicações não existe. “A GVT não tem espectro”, resumiu.
Significa que os aspectos da operação são principalmente concorrenciais. Essa análise cabe mais propriamente ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, Cade, mas, como insistiram nesta quinta alguns conselheiros, a Anatel pode fazer recomendações. No mais, nada concreto chegou ao regulador.
Mas vai chegar. Nesta quinta, cinco anos após bater os espanhóis e ficar com a GVT em 2009, na época por algo como R$ 7,2 bilhões, a Vivendi descartou a oferta da Telecom Italia e avisou que entra em “conversas exclusivas” com a Telefónica – que propôs pagar, em dinheiro e ações, R$ 22 bilhões.
À primeira vista, a GVT faz pouca sombra em São Paulo – na capital, a empresa entrou há menos de um ano em alguns bairros. Mas como chegou a ser sussurrado nesta quinta na Anatel, a questão também deve ser vista de outro ângulo: as operações do grupo Telefônica detém Poder de Mercado Significativo.
Segundo números da agência, a empresa concentra em São Paulo quase 60% do mercado de banda larga no varejo – principal atuação da GVT. No atacado, a Telefônica é monopolista – tem HHI, índice de 0 a 1 que mede concentração de mercado, de 0,99.
Também não custa lembrar que muito recentemente a Telefônica garantiu junto à Anatel sua descaracterização como PMS em bairros da capital e em outros 22 municípios do estado. Para convencer a agência, sustentou que havia redes concorrentes – e listou a GVT como uma delas.

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