Relatório recente da Comissão de Banda Larga para o Desenvolvimento Digital, criada em 2010 por iniciativa conjunta da Unesco e da União Internacional de Telecomunicações (UIT), recomenda aos governos aproveitar o potencial das tecnologias de informação e comunicação (TICs) para reduzir drasticamente as emissões de carbono. Para isso, o relatório diz que as metas estabelecidas nos planos nacionais de banda larga têm que estar conectadas às metas climáticas.
De acordo com o relatório, toda a vida moderna é afetadas pelas TICs e pela banda larga. Já são cinco bilhões de celulares no mundo e dois bilhões de pessoas on-line. Assim, a banda larga é um veículo poderoso para prover os mais diversos serviços ao cidadão, reduzindo, por exemplo, os deslocamentos, ampliando o trabalho a distância, racionalizando o uso de energia por meio de monitoramento de equipamentos conectados (M2M), entre várias outras aplicações.
A Comissão de Banda Larga apresentou, no final de abril, dez contribuições para acelerar o uso da banda larga em direção a uma economia de baixo carbono. Esta agenda, que estará na pauta de debates do Rio+20 que começa dia 13 de junho, no Rio de Janeiro, envolve os seguintes pontos:
1. Liderar com visão: adotar um Plano/Estratégia Nacional de Banda Larga de longo prazo com base no acesso universal, mercados abertos e inovação, e conectá-lo de forma consciente às suas metas climáticas;
2. Integrar a convergência: integrar a convergência à formulação de políticas de TIC para que esteja alinhada a outras áreas, como energia, saúde, educação e clima, para maximizar o impacto;
3. Garantir a segurança regulatória: garantir regras e regulamentações claras sobre o clima e a banda larga, para criar uma estrutura de segurança para investimentos;
4. Ser um exemplo: impulsionar a colaboração entre os ministérios e a tomada de decisão integrada para alinhar as metas climáticas e digitais, e usar as licitações públicas para enviar os sinais certos ao mercado;
5. Promover a flexibilidade: iIdentificar e remover as barreiras regulatórias e legislativas que hoje obstruem a pesquisa, o desenvolvimento e o investimento em infraestrutura de banda larga e soluções de baixo carbono;
6. Oferecer incentivos: encorajar a adoção de soluções de baixo carbono e apoiar as mudanças no mercado ao recompensar e incentivar os comportamentos desejados nos consumidores. Impulsionar a inovação entre indivíduos, empresas e setores;
7. Construir o mercado: financiar e facilitar programas-piloto para demonstrar a viabilidade e a eficácia da banda larga como um facilitador de soluções de baixo carbono e formular um plano de negócios forte para atrair investimentos privados;
8. Formar parcerias: cultivar a conectividade e a co-criatividade entre os setores público, privado e não-governamental para ajudar a desenvolver uma mentalidade colaborativa, objetivos compartilhados e um idioma comum;
9. Medir e padronizar: desenvolver métricas e medidas harmonizadas e padrões comuns para calcular tanto os impactos ambientais das TIC e a contribuição positiva que a tecnologia pode dar a outros setores – de produtos a sistemas, e de residências a cidades ou países;
10. Compartilhar conhecimentos e aumentar a conscientização: disseminar de forma ativa projetos, compartilhar melhores práticas e aprender com os erros para identificar fatores de sucesso e facilitar os saltos de desenvolvimento, especialmente nos mercados menos avançados. Comunicar as oportunidades e sinergias que podem ser alcançadas por meio de uma abordagem integrada e interssetorial da infraestrutura de desenvolvimento digital e das soluções de baixo carbono. (Da Redação)
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