Valor Economico 22.02.2012
Operadoras virtuais ainda
são promessa no país
Por De São Paulo
As regras para o serviço de telefonia
móvel virtual ficaram quase dez anos na 'geladeira' até que foram aprovadas e
editadas em novembro de 2010. Essa década perdida deu às operadoras já
instaladas no Brasil uma vantagem competitiva - talvez, irreversível - para
consolidar suas atividades.
Nesse intervalo, as teles atraíram os
assinantes brasileiros com ofertas no pré-pago, serviços de valor agregado e
pacotes combinados de celular, telefonia fixa, banda larga e TV por assinatura.
Com isso, o país atingiu o patamar de 245 milhões de linhas de telefonia móvel
habilitadas, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
referentes a janeiro. É mais de um celular por habitante, e essa proporção não
dá sinais de arrefecimento.
Quando a regulamentação das
operadoras virtuais ficou pronta, falou-se com entusiasmo das possibilidades
que se abriam para as empresas que quisessem se aventurar nesse mercado. Varejistas,
bancos e outras companhias com acesso direto aos consumidores eram apontadas
como candidatos naturais.
Na época, a consultoria AT Kearney
divulgou estudo estimando em 40 milhões de assinantes o mercado potencial para
as operadoras virtuais num horizonte de dez anos.
Quase um ano e meio depois, o mercado
mal começa a engatinhar. A Porto Seguro foi a primeira a anunciar que lançaria
uma operadora virtual para atender seus segurados e para fazer rastreamento de
veículos. Foi, também, a primeira a obter licença da Anatel para isso. A
companhia fechou acordos com a Datora, que será a parceira técnica, e com a
TIM, de quem alugará a rede de telefonia. Até agora, o serviço não foi lançado.
A Porto Seguro não atendeu os pedidos
de entrevista do Valor até o fechamento desta edição. Segundo fontes a
par do assunto, o serviço está em fase de testes, porém as dificuldades eram
maiores do que se imaginava.
Até agora, somente quatro empresas
solicitaram à Anatel autorização para entrar no mercado. Duas licenças já foram
expedidas: uma para a Porto Seguro e outra para a Datora. Além de atuar como
parceira técnica da seguradora e da Virgin Mobile, a Datora planeja montar uma
operadora virtual própria. De acordo com o gerente de inovação, Germano di
Polto, o objetivo é explorar serviços de comunicação máquina a máquina -
segmento que tende a crescer muito nos próximos anos.
Os dois pedidos que estão em fase de análise no
órgão regulador são da Virgin Mobile e da francesa Sisteer, que pretende atuar
como parceira técnica de operadoras virtuais no Brasil. Ela já desempenha esse
papel para 20 empresas que usam a infraestrutura da operadora francesa SFR e
quatro que estão na rede da Orange. Representantes da Sisteer não foram
localizados para comentar seus planos para o Brasil. (TM)
Nenhum comentário:
Postar um comentário