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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Com uma entrada no mercado que pode ser considerada tardia em relação aos concorrentes, a TIM começará a ofertar serviço de internet fixa de banda larga, voltando-se tanto para o mercado empresarial quanto para o residencial. A estratégia para conquistar mercado e alcançar uma meta de 1 milhão de assinantes residenciais em cinco anos é ofertar internet de alta velocidade, chegando a 100 megabits por segundo (Mbps), o equivalente a uma velocidade 50 vezes mais rápida que a média do mercado brasileiro.
O lançamento é baseado na infraestrutura da AES Atimus, adquirida da Companhia Brasiliana de Energia no segundo semestre do ano. A TIM passou a contar com uma rede de 5,5 mil quilômetros de fibra óptica em 21 cidades entre São Paulo e Rio, que deve ser expandida para 14 mil quilômetros até 2014. O presidente da TIM Fiber, Rogério Takayanagi, preferiu não falar em expansão fora do eixo RJ-SP.
Por enquanto, as metas da criação da empresa já são "um peso suficiente para os ombros". Mas ele lembrou que a TIM não tem fibra óptica apenas nos dois Estados, e citou um projeto para conectar 42 cidades com a tecnologia, seja com estrutura construída pela própria empresa [por meio da Intelig ], ou troca de capacidade com outros operadores, o que dependerá do resultado dos negócios em São Paulo e no Rio.
A expectativa dos executivos da tele é de que a TIM Fiber, cujos ativos custaram R$ 1,6 bilhão, gerem valor de R$ 4,8 bilhões para a companhia, tanto em termos de redução de custos, quanto de aumento de receita. O presidente da TIM Brasil, Luca Luciani, diz acreditar que o lançamento da rede de fibra óptica terá grandes impactos para a oferta de produtos aos clientes, mas a baixo custo de implantação.
"Em função da capilaridade que já temos, nas residências e nas empresas, teremos condições de entrar na banda larga residencial com preços baixos", disse Luciani. A tele planeja também crescer entre as instituições governamentais, devido à grande capilaridade conquistada, segundo o presidente.
O impacto previsto sobre os custos é de R$ 1,1 bilhão de investimentos, sendo R$ 300 milhões direcionados para conectar a nova rede. Dos R$ 4,8 bilhões de valor gerado a partir da aquisição da AES Atimus, R$ 800 milhões deverão ser provenientes da aceleração do programa de investimentos em internet móvel, R$ 400 milhões de economia com as sinergias entre a nova empresa e a estrutura da Intelig. Além disso, a expectativa para o crescimento da banda larga residencial é de que o mercado em geral crescerá fortemente, com potencial de R$ 2 bilhões para os próximos quatro a cinco anos.
Além da aquisição da AES Atimus, a TIM confirmou a projeção de investir R$ 8,5 bilhões no período de 2011 a 2013.
Apesar de ter demorado para entrar na oferta de banda larga fixa, a TIM cita como vantagem começar com uma estrutura já pronta de fibra óptica. Para chegar às residências poderá ser usada uma conexão dupla, com linhas de cobre já existentes nos edifícios, ou levando fibra óptica até as casas.
"Isso significa que não precisamos destruir nada nas obras, é a grande vantagem para uma solução de fibra óptica até as casas. Temos 24 meses de vantagem para um concorrente que queira fazer um 'upgrade' na sua linha fixa", disse Luciani. O executivo disse que os contratos ainda não foram fechados com os fornecedores.
Luciani também acenou com a possibilidade de parcerias para aumentar a oferta de banda larga fixa, inclusive com empresas de satélites para alavancar a infraestrutura.
Uma das alianças poderá ser com a Sky, para lançar pacotes de produtos que ofereçam banda larga e televisão em conjunto. A expectativa de Takayana é de que o acordo seja assinado nas próximas semanas, para início da oferta no primeiro semestre de 2012. As duas empresas já foram parceiras comerciais há alguns anos. Procurada pelo Valor, a Sky não conseguiu retornar até o fechamento desta edição.
A TIM optou por não lançar um serviço próprio de televisão por considerar que, sendo uma empresa de telecomunicações, não tem o conhecimento necessário.
Além disso, é um tipo de serviço que muito caro até ganhar a escala suficiente, explicaram os executivos. Até ter no mínimo 2 milhões de clientes, haveria perda de receita. "Não é simples lançar uma televisão, precisa saber comprar conteúdo, etc. Muito melhor do que afundar dinheiro em uma televisão é colocar fibra óptica. Por isso, apostamos em parcerias. A Sky é tendência natural de parceria comercial", disse Takayanagi.
A expectativa da TIM é de que a receita da companhia cresça acima de 10% em 2011, assim como nos próximos anos, informou o diretor de operações da empresa, Lorenzo Lindner. Ele contou que a TIM vem acelerando a geração de receita nos últimos anos. Em 2009, com o impacto da crise internacional, a receita caiu 1%. No ano seguinte, o aumento foi de 6%, e agora o ritmo deverá ser "de dois dígitos".
"Devemos continuar crescendo a base de clientes, mas o nosso foco não é 'market share' [participação de mercado], é crescer com rentabilidade. Acho que vamos continuar ganhando participação em termos de faturamento", disse.
Atualmente, a proporção entre clientes de celular pré-pago e pós-pago é de 85% para 15%. O diretor de operações se diz contente com essa relação. "Acho que o Brasil que está crescendo é o Brasil da classe C e D, com inclusão social. Acompanhar o crescimento do Brasil é vender mais pré-pago do que pós-pago. Não temos objetivos pré-definidos, queremos oferecer o melhor serviço e continuar crescendo", afirmou.

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